terça-feira, 26 de maio de 2015

Pongo

Devo confessar que sou impulsiva em relação a animais, se pudesse lavaria vários para casa. Já tive cães, hansters, porquinho-da-índia, galinha, coelho, papagaio, peixes e até um cavalo (rs!) Mas os cães sempre foram uma fascinação desde pequena. Lembro de deixar de comprar lanche na escola para comprar uma revista Cães&Cia; colecionei álbuns de figurinhas de cães, sempre com cães de pelúcia, sempre interessada por essa especie extraordinária, sempre alguma coisa relacionada a cães me chamava atenção. E como falei no primeiro post desse blog, fiquei encantada com os Dálmatas desde que assisti o filme 101 Dálmatas da Disney, porém, nunca cogitei verdadeiramente ter um Dálmata. Até mesmo por influencia da minha mãe, sempre tivemos cães pequenos como Poodle Toy, Yorkshire Terrier e um Cocker Spaniel inglês (amor da minha vida). 
Quando comprei o Pongo, não havia planejado nada, tudo que sabia da raça é que eram inteligentes, dóceis, e brincalhões.... Bem, neste ponto eu não estava errada, só não sabia que ele vinha em 330 volts. 
Na época eu morava em um apartamento com minha mãe, mais 2 cães, Scotch Buchanan's (Cocker S. inglês) e Milk Shake (Yorkshire T.) e uma ave Psyta (Calopsyta). Então pensei, Ah! que mal ter mais um cão?!. Mal nenhum, tirando o fato que ele me deixou doida. Realmente Dálmatas não são cães para ficarem só. Pongo adora a companhia da gente, está sempre comigo e me segue onde quer que eu vá. Demorei a entender isso, até porque era difícil conciliar a vontade de ter-lo comigo o tempo todo e as ordem de minha mãe para manter a casa limpa. 
No inicio ele destruía o que via pela frente, era muita energia para um cão tão pequeno, e nisso foram caminhas, ossos, sandálias, brinquedos, roupas, tapetes, não se podia deixar nada estendido no varal, se estivesse ao alcance dele, com certeza pararia no chão e seria mastigado, rasgado e engolido. Assim, presencie episódios de juntar "número 2" com o parafuso e a porca da casinha, saco plástico (que por sorte saiu), pedaços de brinquedo e por ai foi.
Mas de tudo que Pongo aprontou em sua infância tão peralta, o pior foi quando ele decidiu brincar com meu quebra-cabeça. Sim! é uma das minhas paixões. Quebra-cabeças. E um em especial ficou marcado na nossa vida. Trata-se de um Mapa Mundi de 1665 composto por 3000 peças. Após mais ou menos um mês de montagem o quebra-cabeça já estava todo montado e colado, pronto para ser emoldurado, até que Pongo decidiu por os olhos nele, mas antes fossem só os olhos, o problema foi que ele pós as patas e os dentes também. Resultado: peças desmontadas e mastigadas, eu gritando feito louca e ele me olhando desesperado. Foi tudo tão rápido que juro que até hoje não entendo como ele fez aquilo. E olha que eu o tinha deixado em um lugar seguro justamente para que ele não resolvesse brincar com o quebra-cabeça. Mas enfim... depois que a raiva passou, fiquei com um monte de peças mastigadas e o quadro danificado e..... para piorar a situação a Grow que fabricava o tal quebra-cabeça já o tinha tirado de linha. Procurei por todos os lugares e nada. Cada vez que olhava aquelas peças me dava vontade de chorar. Até que um dia em uma viagem que fiz para fora do país, assim do nada passeando por uma loja, encontrei uma versão alemã do dito quebra-cabeça (Ravensburger), claro que comprei na hora! Por fim, montei mais uma vez e consegui por na moldura. E sempre que olho esse quebra-cabeça na parede me lembro desse episódio, do desespero que tive, da infância peralta do Pongo, da loucura de encontrar um novo quebra-cabeça, de monta-lo, e sempre me dá um prazer enorme em vê-lo e acima de tudo me faz sorrir lembrando disso tudo.



O Bendito quebra-cabeça.

Pongo e o primeiro quebra-cabeça - restaurado.



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